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Uma entrevista com Jorge Faber

David NORMANDO, David TURPIN, Frederico SALLES, José Nelson MUCHA, Leopoldino CAPELOZZA FILHO, Telma Martins de ARAÚJO

Normalmente, perdemo-nos entre as inúmeras atividades que tentamos realizar. Na Odontologia, conheço poucos profissionais que conseguem aliar com maestria a pesquisa científica, o magistério e a atividade clínica. O Prof. Jorge Faber é um deles. Na verdade, ele vai muito além, empresta grande parte do seu tempo para lidar com a árdua e deliciosa tarefa de atuar como editor de uma revista científica. Nessa entrevista, Faber passeia entre todas essas atividades que executa com simples facilidade diante de toda a sua inteligência, perfeccionismo, criatividade e padrão de organização. Em estatística, um gosto estranho que compartilhamos, diríamos que Jorge é um outlier. De fato, ele não é normal e a boca parece pequena demais para esse brasiliense. Outro dia, porém, espantei-me quando ele antecipou um voo para chegar mais cedo a Brasília, sua terra natal, para poder estudar com a filha. Percebi, então, Jorge, um pai cuidadoso, tentando levar a termo a conjunção de pai com as de professor, pesquisador, editor, inventor e clínico. Não há responsabilidade social que não comece dentro de nossa própria casa. Lar que divide com Ana Paula e os dois filhos do casal, Pedro e Carolina. Ana Paula, sua esposa, é o suporte multidisciplinar do Jorge. Casaram-se e tiveram filhos muito jovens e o pouco contato que tive com eles não me permite, sequer, imaginar as grandes barreiras que enfrentaram para constituir uma bela família aliada às carreiras profissionais de tanto sucesso. Ainda não acabou. Jorge, suave nas palavras e nos gestos, é faixa preta de Karate e, apesar de não ser tão religioso, é um fã do Papa Bento XVI. Na entrevista, é perceptível que os seus grandes mestres, agora, o têm como ídolo. Os que trabalham com ele, idem. Os que o conhecem, também. Lógico que ele tem defeitos. Dizem os amigos que seria suicídio coletivo convidá-lo para jogar uma partida de futebol, um verdadeiro bola murcha. Restou-lhe, então, estudar. Jorge, formado pela Universidade de Brasília (UnB), fez mestrado em Ortodontia na Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Biologia na UnB, onde é professor adjunto. Depois de 5 anos atuando como editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics, assumiu, recentemente, o cargo de editor-chefe do Journal of the World Federation of Orthodontists, após um processo de seleção que envolveu outros 18 professores do mundo todo — uma honra para a Ortodontia de um país de Terceiro Mundo. Ainda bem que nem todos os bons brasileiros tornam-se jogadores de futebol. Para Aquiles, o calcanhar; para Jorge, os pés. Que bom. David Normando

Como citar: Faber J. Entrevista. Dental Press J Orthod. 2012 Jan-Feb;17(1):31-43.

Tuesday, April 16, 2024 09:20