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Tratamento da má oclusão de Classe II usando aparelho extrabucal com cobertura oclusal e tração alta: uma revisão sistemática

Helder B. JACOB, Peter H. BUSCHANG, Ary dos SANTOS-PINTO

A má oclusão de Classe II apresenta origem dentária e/ou esquelética, podendo envolver a deficiência mandibular, o excesso maxilar ou a combinação de ambos. Em pacientes com padrão de crescimento vertical e má oclusão de Classe II, é necessário controlar os efeitos verticais das mecânicas aplicadas. Dentre os aparelhos utilizados com essa finalidade, destaca-se o aparelho extrabucal (AEB) com tração alta, principalmente quando associado à cobertura oclusal. Os efeitos do tratamento desse aparelho ainda não foram avaliados sistematicamente. Dessa maneira, esse estudo objetivou realizar uma revisão sistemática dos trabalhos clínicos que avaliaram os efeitos do AEB com tração alta e cobertura oclusal no tratamento de pacientes com padrão vertical de crescimento e com má oclusão de Classe II. O método incluiu o levantamento da literatura por meio de busca em bancos de dados eletrônicos entre os anos de 1966 a 2008, totalizando 442 trabalhos. Foram selecionados apenas estudos experimentais randomizados ou os que possuíam grupo controle. Figuras baseadas no diagrama de Pitchfork modificado foram utilizadas para resumir as rotações, deslocamentos e movimentos dentários associados ao tratamento com o AEB de tração alta. As rotações foram baseadas nas mudanças angulares dos planos palatino e mandibular. Os deslocamentos vertical e horizontal foram baseados nas superposições maxilar e mandibular. Baseados nas informações adquiridas, apenas quatro artigos preencheram os requisitos de inclusão na pesquisa. Todos os artigos relataram deslocamento posterior da maxila e distalização dos molares superiores significativos. Não houve unanimidade para intrusão dos molares e movimento lingual dos incisivos superiores. Nenhum dos quatro artigos mostrou efeitos na posição anteroposterior da mandíbula. Dos três estudos que avaliaram o ângulo do plano palatino, apenas um estudo mostrou rotação horária distinta entre tratados e o controle. De uma forma geral, a literatura confirma que esse aparelho se mostra efetivo no redirecionamento ou limitação do crescimento da maxila. O tratamento com AEB de tração alta introduziu melhoras nas relações esqueléticas e dentárias no sentido anteroposterior. No entanto, não influenciou significativamente as relações esqueléticas verticais.

Como citar: Jacob HB, Buschang PH, Santos-Pinto A. Class II malocclusion treatment using highpull headgear with a splint: A systematic review. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr; 18(2):21.

Friday, March 29, 2024 08:08