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Corpo estranho orbitocranial: tratamento multidisciplinar. Relato de caso

Marcelo Leite Machado da Silveira, Eduardo Costa Studart Soares, André Alencar Araripe Nunes, Raphael Oliveira Correia, Francisco Samuel Rodrigues Carvalho, Maykel Sullyvan Marinho de Souza

Corpos estranhos podem estar associados a traumas orbitários, e a anatomia da órbita a torna suscetível a fraturas. Dependendo do local e da extensão do trauma, pode ocorrer uma comunicação entre o conteúdo orbitário e a cavidade craniana. O presente trabalho relata o caso de um paciente com um extenso fragmento de madeira alojado desde a porção anterior da órbita até a base do crânio. A remoção cirúrgica do fragmento foi realizada por uma equipe multidisciplinar, em dois tempos operatórios: no primeiro, parte do fragmento foi removido através da ferida traumática; já no segundo, procedeu-se com as sinusotomias maxilar, etmoidal e esfenoidal, persistindo apenas um pequeno fragmento de madeira que se inseria entre a proeminência do nervo óptico e da carótida interna, na parede lateral do seio esfenoide esquerdo. O paciente encontra-se no décimo mês de pós-operatório e expeliu o fragmento remanescente pela cavidade nasal, após esse ter se deslocado, fato comprovado em uma nova TC. O conhecimento anatômico da região a ser operada, as circunstâncias que determinaram o trauma, bem como o trabalho multidisciplinar, incluindo diferentes acessos cirúrgicos, são essenciais para se obter sucesso no tratamento, com o mínimo de dano às estruturas nobres.

Palavras-chave: Órbita. Crânio. Ferimentos e lesões. Reação a corpo estranho.

Como citar: Silveira MLM, Soares ECS, Nunes AAA, Correia RO, Carvalho FSR, Souza MSM. Corpo estranho orbitocranial: tratamento multidisciplinar. Relato de caso. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2016 set-dez;2(3):52-7. DOI: http://dx.doi.org/10.14436/2358-2782.2.3.052-057.oar

Wednesday, April 24, 2024 09:35